segunda-feira, 18 de maio de 2009

Um dia minha alma se abriu por inteiro

Um dia minha alma se abriu por inteiro
e as coisas começaram a acontecer.
Coisas que não consigo explicar, quer dizer;
eu chorei
e chorei como jamais havia chorado.
Chorei lágrimas de dez mil mães.
Eu não podia sentir coisa alguma,
porque chorei até ficar entorpecida.

Um dia minha alma se abriu por inteiro.
Senti um orgulho irresistível
Do que eu me orgulhava,
só Deus sabe!
Como o orgulho de cem mil pais
iluminados pela glória de seus filhos recém-nascidos,
eu sorria de orelha a orelha.

Um dia minha alma se abriu por inteiro
comecei a rir
e ri pelo que me pareceu ser uma eternidade.
Não que houvesse qualquer coisa de particularmente engraçado acontecendo,
mas eu ri mesmo assim.
Ri com a alegria de um milhão de crianças brincando na lama.
Ri até a barriga doer.
Meu Deus como foi bom!

Um dia minha alma se abriu por inteiro.
Houve revelações e resoluções,
sentimentos de dúvida e traição, vingança e perdão,
lembranças de coisas que vi, de coisas que fiz,
de lugares por onde andei, embora não soubesse quando.
Houve vidas que vivi,
pessoas que amei,
batalhas que travei
vitórias que tive
e guerras que perdi.

Um dia minha alma se abriu por inteiro
e para fora foi despejado
tudo aquilo que eu andava escondendo
e negando,
e vivendo,
coisas que aconteceram há instantes apenas.

Um dia minha alma se abriu por inteiro
e eu decidi
que estava curada e pronta!
e assim com a alma pronta
eu me sentei e escrevi um bilhete........


"Gemmia L. Vanzant"

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